Olá,

Escrevo esta NL num quarto de hotel, a olhar para o mar, na zona da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Estou numa zona privilegiada. Privilegiada pela vista mas, sobretudo, pela segurança.

No Rio, a segurança, ou falta dela, é um assunto corrente entre as pessoas; o assalto que alguém sofreu ou o medo que alguém tem, é conversa durante um jantar. Em Portugal, felizmente, não é um assunto que entre na nossa conversa diária, salvo raríssimas exceções.

Em abono da verdade, segundo pude apurar, os pequenos furtos diminuíram bastante e os cenários de guerra que vemos na TV quando se fala do Rio, existindo, existem no meio das favelas, onde muitos cariocas, obviamente os mais privilegiados, nunca foram na vida. Porém, há medo.

Dei comigo a fazer um paralelismo entre esta questão e a atividade profissional. Quem empreende, quem faz acontecer, quem ousa fazer diferente, assume riscos. Riscos de que corra mal. Riscos de ser criticado. Riscos de perder dinheiro. Riscos de, pelo meio, perder a confiança.

O medo faz parte da vida. É, aliás, fundamental para a sobrevivência. Porém, perante o medo, ou fujo, ou paraliso, ou ataco. Há talvez situações em que cada uma destas opções será a mais adequada, porém, o que mais me importa refletir é que o medo, sendo normal, não nos deve tolher. O medo não nos deve limitar. O medo não nos deve impedir de tentar, de arriscar. O medo deve, claro está, ajudar-nos a ser inteligentes, porém, se tivermos excessivamente medo, e medo de ter medo, nunca faremos nada realmente impactante.

Se deixarmos que o medo nos vença, nunca ousaremos nada. Se o medo ganhar a batalha, resta-nos entrincheirar em casa, sem nada fazer, passando a vida escondidos, com medo de tudo.

Nos tempos que vivemos, há algo que potencia o medo: as redes sociais. As redes sociais, sendo uma ferramenta fantástica, podem ser cruéis. De repente, há um rastilho que se acende, quantas vezes injusto ou mal-intencionado, e que nunca mais se consegue apagar. Se formos nós o alvo, a sensação não é boa.

Porém, é um risco que se tem de assumir. Quem ousa fazer, quem ousa mudar paradigmas, quem ousa dar uma pedrada no charco, quem ousa mexer com interesses instalados, quem ousa pensar diferente, quem ousa não ser mais um carneiro, tem sempre um risco maior de falhar, de ser criticado, de perder. Mas é quem ousa que faz o mundo avançar. É quem arrisca, que inspira. É quem faz, que será lembrado.

Nuns dias em que aquilo que fazemos na Bwizer tem sido criticado por alguns, com algumas críticas que poderão ser legítimas, outras que são fruto de falta de conhecimento e com várias realmente mal-intencionadas, resta-me ganhar serenidade para tomar as melhores decisões.

Agora, vou correr junto à praia. Há o risco de alguém me assaltar? Há; é bem mais seguro ficar apenas no hotel. Porém, esse medo impossibilitar-me-ia de desfrutar plenamente do sítio onde estou e, hoje, não me apetece sucumbir ao medo.

 

🔴 Este texto é uma das partilhas de Hugo Belchior – mais info em fisioterapeutaempreendedor.pt
CV: Hugo Belchior é fisioterapeuta, no entanto cedo percebeu que área que verdadeiramente o fascinava e motivava era a Gestão. Atualmente, lidera dois projetos empresariais próprios e outros projetos ligados ao empreendedorismo e gestão.

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